Max Wolff Filho (Rio Negro, 29 de julho de 1912 — Biscaia, 12 de abril de 1945) foi um militar expedicionário da FEB. Alistou-se em Curitiba, aos 18 anos, no 15º Batalhão de Caçadores, unidade extinta cujas instalações são hoje ocupadas pelo 20º BIB.
No ano de 1944, apresentou-se voluntariamente para compor a Força Expedicionária Brasileira, integrando a então 1ª Companhia do 11º Regimento de Infantaria (11º RI), de São João Del-Rei (MG).
Destacou-se por sua bravura no decorrer da Guerra, tornando-se conhecido pelo seu destemor, intrepidez e abnegação. Suas façanhas eram proclamadas pelas partes de combate e por vários correspondentes de guerra das imprensas nacional e estrangeira. No dia 12 de abril de 1945, o 11º RI recebeu a missão de reconhecer a região de Monte Forte e Biscaia, a denominada "terra de ninguém".
O sargento Wolff foi voluntário para comandar a patrulha de reconhecimento, que foi constituída por 19 militares que se haviam destacado por competência e bravura em outros combates. Nessa missão, foi fatalmente atingido por uma rajada de metralhadora alemã, que o atingiu na altura do peito.
Somente vários dias após seu passamento o corpo do sargento Max Wolff Filho foi encontrado. Foi agraciado post mortem com as medalhas de Campanha de Sangue e Cruz de Combate, do Brasil; e com a medalha Bronze Star, dos Estados Unidos da América.
Foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro, em Pistóia, na Itália; posteriormente, seus restos mortais foram trasladados para o Brasil. Em sua homenagem, a Escola de Sargentos das Armas (EsSA) leva seu nome como patrono.
A rajada de metralhadora rasgou o peito do Sargento MAX WOLFF FILHO. Instintivamente, ele juntou as mãos sobre o ventre e caiu de bruços. Não se mexeu mais. O tenente que estava no posto de observação apertou os dentes com força, mas não disse uma palavra.
Quando perguntado se o homem que havia tombado era o Sargento Wolff, ele balançou afirmativamente a cabeça. Menos de uma hora antes, falara de sua filha, uma menina de 10 anos de idade, e de sua condição de viúvo.
Pediu para que enviassem um bilhete com os dizeres: "Aos parentes e amigos. Estou bem. À querida filhinha, Papai vai bem e voltará breve". As últimas palavras do sargento a um dos soldados que lhe pedira uma faca e ele respondeu sorrindo: "Tudesco não é frango". Wolff havia partido com seus homens, por sebes e ravinas, percorrendo a denominada "Terra de Ninguém".
O primeiro objetivo da patrulha eram três casas, a menos de um quilômetro, que foram atingidas às duas horas da tarde. O grupo cercou as construções em ruínas e o sargento empurrou com o pé a porta de uma delas, nada encontrando.
Às duas e meia da tarde, a patrulha estava a menos de cem metros do último objetivo a ser atingido: um novo grupo de casas sobre uma lombada macia. O Sargento Wolff deu os últimos passos à frente. Então, uma rajada curta e nervosa rasgou o silêncio do vale e o sargento caiu de bruços sobre a grama.
Os outros homens se agacharam rápidos, e os alemães começaram a atirar, bloqueando a progressão dos brasileiros com uma chuva de granadas e tiros de metralhadoras. Lançaram, em seguida, foguetes luminosos, pedindo fogos de suas baterias.
Minutos depois, os projetis da artilharia nazista rasgavam o ar e explodiam no caminho percorrido pela patrulha. Por volta das dezenove horas, os homens da patrulha do Sargento MAX WOLFF FILHO retornaram ao PC do 11º RI. Mas ele ficara lá. Quando os padioleiros foram até a "terra de ninguém" recolher os corpos e os feridos, os nazistas os receberam com rajadas impiedosas.
Muitos dos homens que voltaram tinham os olhos rasos de água. O Sargento estava morto. No estreito compartimento onde Wolff guardava seus pertences, estavam a condecoração que o General TRUSCOTT colocara em seu peito, poucos dias antes, a citação elogiosa do General MASCARENHAS e o retrato da filhinha, de olhos vivos e brilhantes como os do pai. Tudo, agora, muito vago.

Abril
1945
Sgt Max Wolff Filho